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domingo, 14 de julho de 2013

IMPACTO DAS MANIFESTAÇÕES NO ENSINO SUPERIOR? DIPLOMAS DE DENTISTA E PSICÓLOGO TAMBÉM PODERÃO EXIGIR CICLO NO SUS

Além da educação, mobilidade, corrupção e segurança, a saúde pública brasileira foi apontada como um dos grandes temas nos dias de manifestações nas ruas do país.
Iniciadas há cerca de um mês as marchas que ocorreram em centenas de cidades clamavam por melhorias nos serviços públicos. Ao mesmo tempo repudiavam grandes investimentos em eventos esportivos identificados com o “pão e circo” da antiguidade romana.
Várias ações no Congresso Nacional e até na Presidência da República (incluindo a ideia do plebiscito) foram influenciadas pelas “vozes das ruas” como se convencionou afirmar.
Alguns encaminhamentos foram dados nos campos da mobilidade urbana, educação, segurança e de leis de combate à corrupção  dentre outros crimes. O mesmo não se pode afirmar da saúde, onde as promessas de melhoria se restringiram à vinda de alguns milhares de médicos vindos de outros países para atuarem nas regiões mais distantes do sertão e periferias.
Primeiro chama atenção que médicos de outros países aceitem trabalhar justamente onde colegas médicos daqui não aceitam ir pelos motivos conhecidos por todos. Será que eles estão vindo enganados ou iludidos?
Depois sempre vi com desconfiança a vinda dos médicos ibéricos e cubanos para atuar no Brasil. Os argumentos são vários. Seria um voto de desconfiança para com os médicos nacionais? Seria um plano comunista para introduzir no Brasil agentes cubanos? Afora ilações e retórica, o certo é que muitos gestores (inclusive gestores médicos) ficaram enfastiados com as cobranças do povo pela presença dos médicos nos postos, nos hospitais.
Outra pergunta oportuna: será que somente os competentes e obstinados colegas médicos (minha opinião sincera) sofrem com as condições indignas que nos submetem muitas vezes a parca estrutura pública?
Outro capítulo da novela da saúde se descortina: a regulamentação do Ato Médico, Projeto de Lei nº 268, de 2002 que dispõe sobre o exercício da Medicina. Tal Projeto foi aprovado no Congresso Nacional (no contexto das manifestações) e recentemente sofreu dez vetos da Presidente Dilma Rousseff que provocou satisfação em milhares de profissionais de saúde que viram suas práticas preservadas.
A deputada estadual Rachel Marques argumentou a favor dos vetos presidenciais na sessão do dia 12 de julho de 2013, na Assembleia Legislativa do Ceará. Citou o exemplo dos psicólogos que “são preparados para fazer diagnóstico de transtorno mental”. Ver matéria do jornal O POVO na íntegra:
http://www.opovo.com.br/app/opovo/politica/2013/07/13/noticiasjornalpolitica,3091294/projeto-do-ato-medico-divide-opinioes-na-assembleia.shtml
A despeito das várias críticas que são feitas ao status que os médicos gozam no país, ou seja, da situação de poder que eles usufruem no imaginário popular (e no cenário político), tal como, nas pequenas e médias cidades do interior, é notório que o projeto do Sistema Único de Saúde é muito grande e requer orçamento correspondente, o que não vem ocorrendo nos últimos anos.
Um Sistema Único que anseia abarcar TODOS os brasileiros? Não sei se quaisquer 10% do PIB deem cabo de tamanha conta.
Em relação à suposta ameaça que os médicos estrangeiros representam aos médicos brasileiros (segundo alguns críticos denunciaria certa estrutura de poder) e a ameaça à própria população (segundo outros devido ao despreparo e diferença cultural), o Governo Federal parece ter encontrado a oportunidade para o que mais uma vez desagradou aos colegas médicos que consideraram a iniciativa federal pouco dialógica e muito impositiva: atuação dos formandos médicos obrigatórias no SUS.
A Medida Provisória (MP) ampliará de seis para oito anos a duração de medicina em instituições públicas e privadas valendo para estudantes que ingressarem na faculdade a partir de 2015.
A criação de um ciclo obrigatório de atuação no SUS não deve ficar restrito ao curso de medicina, como definido no Programa “Mais Médicos” do governo federal. O Conselho Nacional de Educação (CNE) estuda a adoção da medida para outras carreiras da área de saúde. O plano prevê que estudantes de odontologia, psicologia, nutrição, enfermagem e fisioterapia também concluam a formação com atividades na rede pública.
Isso parece bastante razoável, pelo menos para os médicos formados na rede pública de ensino superior. Historicamente o que se viu foram médicos se formando e fazendo residência na rede pública de assistência e de ensino e depois se estabelecendo em clínicas nos bairros nobres das cidades e cobrando centenas de reais em consultórios e pequenas fortunas nas cidades do interior. Não que isso precisasse acabar, mas que a contribuição para o Estado e para a sociedade precisava ocorrer com mais ênfase.
 
 
Leia mensagem do Planalto que explica os vetos ao Projeto de Lei aprovado no Congresso Nacional:


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