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quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Noruega incentiva que escolas e universidades sejam preservadas de conflitos bélicos e guerras

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Noruega  realizou uma conferência internacional em Oslo nos dias 28 a 29 de Maio de 2015 intitulada “Proteger a Educação sob Ataque”. O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Børge Brende, abriu a conferência e os estados representados na conferência foram incentivados a assinar a Declaração de Escolas Seguras


"Em países afetados por guerras e crises, ir à escola pode ser uma das coisas mais perigosas que uma criança ou jovem pode fazer. Há atualmente 28 milhões de crianças em áreas de conflito que não são capazes de ir à escola. Convocamos os estados a comprometerem-se com o cumprimento das novas Orientações para Proteger Escolas e Universidades de Uso Militar durante Conflitos Armados ", disse o Ministro Børge Brende.


As forças militares, grupos armados e forças de segurança atacaram milhares de alunos, estudantes, professores e instituições educacionais ao longo dos últimos cinco anos, de acordo com o relatório Education under Attack 2014. As escolas foram atacadas em 70 países e o uso militar de instituições de ensino tem sido documentado em 25 conflitos armados.


Noruega e Argentina, conjuntamente com outros estados e atores da sociedade civil, têm levado adiante o esforço para  a elaboração e promoção das Orientações para Proteger Escolas e Universidades de Uso Militar durante Conflitos Armados. 

As orientações serão agora usadas para fomentar uma obrigação política mais ampla na proteção das crianças e da educação em situações de conflito. Isso faz parte da implementação do White Paper sobre Educação para o Desenvolvimento, que estabelece que a Noruega desempenhará um papel de liderança na promoção de um maior esforço internacional para garantir a proteção das crianças e da educação em situações de crise e de conflito.


Ministro das Relações Exteriores Børge Brende participou na abertura da escola das meninas em Rafat, na Cisjordânia, no dia 20 de maio de 2015. . Foto: Frode O. Andersen / Ministério das Relações Exteriores.

Fonte: http://www.noruega.org.br/News_and_events/Assuntos-Atuais/Acontecimentos/Conferencia-em-Oslo-sobre-Escolas-Seguras/#.VefSZJdHTIU

"Relatos selvagens" 

A título de exemplo, tem-se relatos de escolas que, além de estarem no fogo cruzado, são alvo de conflitos e/ou depósito de armas. São citados os casos do conflito entre Israel e Palestina, onde grupos armados utilizariam além escolas, hospitais e casas civis.

Isso para não falar nos casos das meninas nigerianas que são sequestradas por organizações terroristas de dentro da escola. Ou da impossibilidade de estudar por razões de conflitos armados. Mazela essa que afeta hoje milhões de crianças na Síria, no Afeganistão, na Eritreia...

Lamentavelmente, contudo, temos casos bem mais próximos e gritantes que os exemplos do Oriente Médio ou mesmo da África e da Ásia.

Aqui mesmo no Brasil, país que vive oficialmente sem guerra declarada, mas que produz índices de guerra civil. 

Segundo dados da Anistia Internacional de 2012, foram mortos em solo nacional 30.000 mil jovens (sim, trinta mil), dos quais a maioria eram do sexo masculino e 77% eram negros*.

Esses números, associados à faixa etária envolvida, apontam para a instituição que está mais diretamente envolvida com o jovem, a escola. O lugar que, inserido numa comunidade vunerável, funciona como refúgio, mas que, segundo relatos e desabafos de estudantes e docentes, sucumbe ao apelo violento das armas, seja orquestrado pelos grupos organizados, seja pela violência usual de cada dia.

Tão ou até mais grave do que casos de bullying, indisciplina, assédio moral, educação inclusiva, questões de gênero ou de problemas de aprendizagem, assuntos reconhecidos como emergentes por mostrarem descompasso sistêmico, a questão da violência armada que adentra as escolas públicas do Brasil é um tema que nos remete ao quanto precisamos melhorar no campo do desenvolvimento humano e social.

Estamos falando de ações criminosas quem envolvem tirar de uns o direito de ir para a aula, de outros a possibilidade assistir a aula, para o professor a impossibilidade de transmitir conhecimentos (e de interagir autonomamente no seu ofício).

Por fim custa a todo o corpo profissional e acadêmico da escola a inexistência de um ambiente harmônico, digno que a escola precisa ser protagonista e proporcionar. 

Que a mensagem dessa iniciativa norueguesa chegue efetivamente ao nosso país, adentre nossas escolas e promova na sociedade uma imagem de respeitabilidade que a universidade ainda sustém, mas que algumas escolas perderam faz muito.


* Vale dizer que, segundo a mesma Anistia Internacional, os dados indicam que foram assassinados nesse mesmo ano cerca de 56.000 mil pessoas no Brasil.

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