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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Apresentação

 UM REGISTRO DO ENSINO SUPERIOR EM RUSSAS
Comparada a outras regiões do Ceará e do Nordeste, o vale do Jaguaribe tem uma experiência antiga no campo da educação. Às vezes pioneira. Desse modo a estrutura escolar jaguaribana era mais aparelhada ou, pelo menos, menos precária do que em outras regiões como coloca Girão (1985): “As escolas de Fortaleza e do Aracati, incontestavelmente as cidades mais importantes da província, eram as únicas que contavam com alguns bancos e algumas mesas (escolares) fornecidos pelos cofres públicos”.
Os que “tinham estudo” na região jaguaribana foram, por muito tempo, aqueles oriundos de outras regiões. Ou eram pessoas que retornavam de estudos realizados fora do Ceará.
É provável, contudo, que rudimentares processos de ensino tenham sido introduzidos já pelos padres missionários nas primeiras experiências de catequização do século XVIII. O foco seria o ensino voltado para os curumins, as crianças dos aldeamentos, e, de um modo geral, os povos dos sítios igrejas.
A provisão para Mestre de Primeiras Letras em Russas data de 07 de junho de 1804. O professor era Antônio Dourado de Azevedo e deveria receber seu salário a cada três meses na recém instalada Vila de São Bernardo. (ROCHA, 2001).
Ø  Joaquim Rodrigues de Carvalho, português, foi nomeado em 1822, mas expulso pelos rebeldes daquele conturbado ano. Veio assumir em São Bernardo efetivamente em 1825.
Ø  1844 foi o ano em que a escola primária pública de Tabuleiro da Areia foi instalada.
Ø  Em 1855 a cadeira do Prof. Joaquim era provida vitaliciamente pelo seu filho, o Pe. Lino Deodato e depois pelo irmão deste, o prof. João Carvalho.
Ø  No mesmo ano foi criada na sede da vila a cadeira de primeiras letras para o sexo feminino sendo nomeada a professora Rita Sebastiana da Costa Feijó.
Ø  No dia 25 de agosto de 1857 eram instaladas as escolas de primeiras letras de Morada Nova e Livramento (Lei N 806).
Ø  Em 27 de outubro de 1870 foi criada a cadeira de ensino primário para o sexo feminino na povoação do Limoeiro.
Ø  Em 1882 foi criada a escola pública primária para sexo masculino na povoação de Santa Cruz do Palhano. No ano seguinte foi instituída escola primária mista.
Um dos marcos do ensino regular entre os jaguaribanos foi a criação da Cadeira de Latim, em Russas, iniciativa do então Imperador Dom Pedro II através da Lei 1.486 de 14 de dezembro de 1872. Foi uma das primeira a se instalar na região, antecedida apenas pela escola de latim de Aracati. O romance “Dona Guidinha do Poço”, do escritor Oliveira Paiva, faz uma alusão histórica a esta escola.
Em 02 de fevereiro de 1896 surgia em Russas a primeira iniciativa de ensino particular, o Colégio do Sagrado Coração. Cujo diretor era Ildefonso Rodrigues de Carvalho. Esse estabelecimento não era público, mas uma iniciativa do Mons. João Luis e que se configura como uma resposta local a demanda crescente por instrução.
Continuando em Russas, o Grupo Escolar Municipal foi iniciado décadas depois, em 1934 e inaugurado em 31 de março de 1935, era o resultado da Reforma Educacional iniciada em 1922 pelo Diretor da Instrução Pública, o paulista Lourenço Filho e continuada por Joaquim Moreira de Sousa, também Secretário de Educação do Estado.
Vale lembrar que só em 1937, em plena ditadura de Vargas, foi elaborada a primeira Política Nacional de Educação, ou seja, passava a ser a escola direito de todo o brasileiro.
Na obra “O universal pelo regional: definição de uma política universitária” (1966), o prof. Antônio Martins Filho apresenta as justificativas que demandam a instalação de campi observando as aptidões locais, sejam elas potencialidades vocacionais, sejam demandas técnico-profissionais. Nessa coletânea de pronunciamentos e artigos históricos, o fundador das primeiras universidades cearenses traz, além de um apanhado histórico do florescente período de crescimento da Universidade Federal do Ceará – UFC, uma valiosa trilha para aqueles que sonham com o impossível, lutando pelo desenvolvimento humano e pelo bem comum.
Naquele tempo o desafio era criar uma estrutura universitária pelo menos na capital, Fortaleza.
No alvorecer do século XXI, contudo, o Brasil acordou para a realidade do ensino superior: a juventude está em sua grande maioria longe da universidade, constituindo esse ensino um privilégio. Proliferam as faculdades particulares, e a UFC inicia sua interiorização: iniciando por Sobral e Barbalha, aproveitando os  equipamentos de saúde destas cidades, instala cursos de medicina. Depois em Quixadá e Juazeiro do Norte, campi ainda em finalização.
O Vale do Jaguaribe participou desse momento a partir do prestígio político do seu clero aglutinado na Diocese de Limoeiro do Norte. Con. Misael Alves e, principalmente, Dom Aureliano Matos, primeiro bispo diocesano, lutaram ardorosamente pela criação da Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos, Fafidam. A criação da faculdade na região então se fez a partir da ação de membros da igreja que viam no ensino superior a possibilidade de redenção do Vale.
Não obstante, os jaguaribanos, principalmente os russanos, atentaram para o fato enigmático da ausência de uma universidade na região. Os cidadãos da terra de Dom Lino se uniram aos de outras cidades na reivindicação por uma estrutura de ensino público de qualidade que viesse assistir àquelas potencialidades e demandas apontadas por Martins Filho.
Em 31 de agosto de 1975 era criada a FUNEVALE – Fundação Educacional Vale do Jaguaribe, instituição que, nos moldes de uma similar localizada em Sobral, pretendia compor os quadros e as condições necessárias para a instalação de uma universidade na região.


                Mas é apenas no em 27 de junho de 2007 que o Curso Seqüencial Superior de Tecnologia em Frutos Tropicais de Russas foi aprovado sob o parecer de número 4372007 pela Câmara da Educação Superior e Profissional do Conselho Estadual de Educação. Teve como relator o Prof. Antônio Colaço Martins.
É de compreensão geral que não podemos dispensar uma participação ativa na sociedade do conhecimento: o tempo da simples transmissão de saberes chegou ao fim. Precisamos de locais de produção de conhecimentos. Principalmente aqueles ligados aos nossos potenciais geofísicos, agrícolas, ambientais, culturais e sociais e que deem resposta à crise do sistema capitalista com os saberes ancestrais e multiculturais que a região possui.


(Breve resumo do texto "A INSTRUÇÃO NA REGIÃO JAGUARIBANA E UM REGISTRO DO ENSINO SUPERIOR EM RUSSAS" de autoria do estudante da Especialização em Docência do Ensino Superior Thiago Felix).

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